quarta-feira, 2 de maio de 2012

A Roda Gira e Nós Giramos Com Ela


A Roda girou uma vez mais.  O samhaim mais uma vez chegou e os ritos foram feitos. A linha entre os mundos tornou-se tênue, e os ancestrais adentraram em nosso mundo. As mudanças necessárias acontecem, chegadas e partidas são necessárias para que aconteça o eterno ciclo da vida. A morte não é o fim e sim o inicio de uma nova fase de um mesmo ciclo.
A Roda da Vida gira e nós giramos com ela. Há três anos, em uma noite fria de 30 de Maio de 2009, o fogo sagrado foi aceso. Encontrávamos no pátio de uma casa da Zona Sul de Porto Alegre. Éramos três e mais nosso mestre. Nesse dia demos o primeiro dos primeiros passos da nossa caminhada. A noite iniciou-se com a leitura de belo texto sobre uma lenda hindu. Jantamos, bebemos vinho, acompanhado por uma descontraída conversa. Depois fomo para o fundo do pátio, ao lado da casa, no qual já havíamos preparado o altar e a fogueira. Nosso mestre pega uma cadeira e senta-se no meio. Nos sentamos a sua frente. Um por um se dirige ao mestre e faz os juramentos e após recebe o seus instrumento da magia. Depois do rito feito nos dirigimos à fogueira e celebramos essa noite mágica. Semanas depois me retiro do grupo, e o grupo recebe uma nova pessoa. Fico meses fora do grupo, mas não longe de meu mestre. No Ostará eu retorno.
A Roda Gira e nós giramos com ela. Um ano após a noite fria na casa da zona sul, Samhaim mais uma vez chega. Nos encontramos em um sitio, a poucos metros do centro de Viamão.  Faz um ano da fundação de nosso grupo. Nosso mestre se encontra no local desde o inicio do dia. Chego acompanhado de alguns irmãos e amigos. A noite cai, e nosso mestre é dirigido a local onde ele pudesse ficar meditar e descansar um pouco. A noite é fria e bebemos um quentão para nos aquecer. Os ritos são iniciados, os portais são abertos. Meu mestre adentra no espaço sagrado, ele se encontra vendado. Ele faz o juramento e passa pela prova dos Deuses. Mostra-se merecedor e vencedor uma vez mais. No fim ele recebe sua espada, consagrada a sua deusa Corvo, símbolo de seu mestrado na magia. Todos os saúdam, e festejamos a mais uma noite mágica.
A Roda gira mais uma vez e nós giramos com ela. Eu me encontro na casa de meu mestre. Conversamos sobre o período em que estamos passando. Período marcado por problemas e desafios. Mas sabemos que os desafios são para nos fortalecer. Sabemos qie mudanças mais uma vez se aproximam. Cabe a nós torna-las positiva ou negativa. A noite é fria e enquanto conversamos bebemos um vinho. Passado das 22 horas, eu me dirijo para casa, estou cansado mas tenho meu rito para realizar. Tomo meu banho e vou para meu quarto. Arrumo meu altar e acendo meu caldeirão. Faço os ritos e sortilégios necessários. Como um bolo acompanhado por suco de uva. Já é de madrugada, o fogo sagrado é apagado e o ritual encerrado. Dirijo-me para cama e durmo. Dias depois meu mestre anuncia a fundação do nosso Coven.
A Roda do Ano mais uma vez gira e nós giramos com ela. Passou-se três anos da fundação de nosso primeiro grupo e um ano da fundação de nosso Coven. Muitas mudanças aconteceram, muitos aprendizados tivemos, muitas vindas e idas sofremos. Meu mestre já tem seu mestrado reconhecido;  fui iniciado tradicionalmente durante o festival de minha Deusa; meu mestre tornou-se um dos mestres de uma tradição do qual nosso Coven faz parte; e nós estamos nos encontramos nos mistérios para ingresso na mesma. A Noite Fria mais uma vez chega, me encontro com meus irmãos e com os mestres da Tradição no templo. É domingo, véspera de Samhaim. Iniciamos a noite falando sobre nossos ancestrais e sobre os antigos. O Fogo Sagrado é mais uma vez acesso. Dançamos, bebemos vinho e coemos com nossos ancestrais e com  os antigos. Já é alto da noite quando o fogo é apagado. Na noite do  dia 30 me encontro mais uma vez em meu quarto. Após um dia de trabalho e estudo estou exausto, mas me apronto para mais uma vez fazer os ritos necessários. Arrumo meu altar, com destaque para imagem de minha Deusa. Visto mesu trajes ritualísticos. Abro os portais e acendo meu caldeirão. O Sagrado se manifesta. Chamo pela presença da Deusa da Tradição, da Rainha de meu Mestre e pela Senhora de meus Caminhos. Peço pela proteção e orientação necessária. A chama espirala, a Mãe Serpente de Fogo mostra-se presente. Celebro essa noite mágica. Festejo a lembrança dos antigos, a presença dos ancestrais nesse mundo. Já é madrugada, já estou cansado. Os Ritos foram feitos, a Noite foi celebrada. Apago o Fogo Sagrado e encerro o ritual. Troco de roupa e vou dormir, me preparando para o Próximo ano e para a próxima Roda. Que a Roda Gire e Nós Giremos com ela.
Palavras não são suficientes para descrever as emoções que eu vivi nesses últimos anos. Desde a criação da Irmandade Flor de Lótus até a postulado de Ingresso na Tradição Imortais da Terra. Alegrias e aprendizados eu tive ao lado de meu Mestre Magnus Analla Morgann, e de meus irmãos. Muito foram os que nos  julgaram, mas poucos foram os que viveram a magia que nós vivemos. Hoje ao Lado de Eryan Akhira na Irmandade Flor de Lótus e de Daniel Juliano, Andréia Carvalho, Anderson Silva e Cristiane Febbe no Coven Filhos do Fogo, e dos demais Mestres e membros da Irmortais da Terra mais uma vez celebro a energia de Samhaim. Nossa história pode não ser perfeita, mas é sagrada por que é nossa. Desejo que muitas rodas girem ainda, e que eu esteja ao lado dos meus irmãos de Irmandade, Coven e Tradição para que todos nós girarmos com elas.




Samhain Imortais da Terra 2012
Samhain 2011




Samhain 2010
Mistérios 2011

Samhain



A Roda gira, e a noite é fria. Os fogos sagrados são acesos. A divisão entre os mundos é tênue e os ancestrais adentram ao nosso mundo. Nessa noite é celebrada o termino das colheitas, e são feitos os sortilégios para que o plantio feito seja suficiente para o próximo período. Nessa noite o Deus faz sua partida, e as sombras passam a reinar na Terra. Só nos resta a proteção da Deusa, e o senhor das matas e grãos torna-se o Rei do Submundo e acolhedor dos que morrem. Nessa noite Samhaim chega uma vez mais.
A noite de Samhain, celebrada em 31 de Outubro no Hemisfério Norte e 30 de abril no Hemisfério Sul, marca o fim da fase solar e ascensão da luz para o inicio da fase lunar do ano. Para os antigos Celtas era a data que marcava o fim de seu ano e início de outro. Festival relacionado à morte a os ancestrais. Para os povos antigos esse período marcava, o inicio de um da fase crítica do ano, pois o inverno chegaria logo, e nos campos as plantas morreriam e se o plantio feito não fosse suficiente, a aldeia inteira poderia estar condenada à morte. Durante o inverno o sustento estaria sob a responsabilidade dos bravos guerreiro-caçadores e a proteção espiritual sob a tutela dos sábios Xamãs.  Desse modo era comum que durante o Samhain fossem feitas provas de iniciação dos mistérios da caça e/ ou da magia. Com a cristianização essa data foi convertida na noite de todos os santos, véspera do Dia dos finados, entretanto a egrégora de festa foi transformada em um dia de saudades, choros e lembranças dos que já morreram. Entretanto em países em que houve a permanência de algumas práticas e costumes pagãos esse dia é celebrado com festas, como no México na celebração do “Dia de los muertos”.
Entretanto como um Festival ligado à morte e preparação para um período em que não haverá mais colheitas posse ser celebrado hoje em dia, no qual a sobrevivência das pessoas não depende mais do armazenamento do plantio feito pela aldeia. Hoje as colheitas são muito mais relacionadas a questões psicológicas e emocionais do que físicas. Desse modo o Samhain é o momento ideal para queimar no caldeirão vícios e atitudes que queremos ver minguar e desaparecer junto com o inverno. Em relação à morte, dentro do paganismo ela não é vista como o término de tudo, e sim é tida como apenas uma fase, assim como o nascimento, de um mesmo ciclo. É preciso morrer para renascer. Desse modo durante a Noite de Samhain, nós festejamos e convidamos nossos ancestrais a se juntarem a nós em um grandioso banquete. Noite marcada pela consulta aos oráculos, visto que temos que nos preparar para o ano vindouro, além de feitiços de proteção.
É normal que Covens e Espaços esotéricos façam atividades por mais de um dia, sendo comum que parte de atividades sejam abertas à comunidade pagã. Entretanto é tradicional que durante a noite do dia 30 as atividades sejam fechadas ao grupo. Pelas características desse festival é comum que muitos bruxos façam rituais solitários durante essa noite. Sendo característico a confecção de Lanternas de Abóbora, entalhadas com rostos (“Jack-o’-lantern”) ou colocar uma vela branca na frente de casa para afastar espíritos de mau agouro.

Relações
Deuses: Deuses Anciãos
Ervas: Noz-moscada, sálvia, menta, mirra, patchuli, artemísia, alecrim, musgo,
calêndola, mandrágora.
Pedras: Obsidiana, ônix, turmalina negra, coralina, âmbar, granada, hematita.
Incensos: Maçã, heliotrópio, menta, noz-moscada, sálvia.
Velas e cores: Preto e laranja

Costumes
· Tomar as decisões para o próximo ano.
· Queimar pedidos.
· Fazer lanternas de abóboras.
· Fazer oferendas de pães e maçãs nos jardins dos antepassados (cemitérios).
· Fazer previsões e consultar oráculos.
· Confeccionar vassouras, principalmente para proteção.
· Confeccionar bastão mágico.
· Confeccionar a corda da bruxa.
· Acender velas nos caminhos, estradas e nos portões de casa.
· Fazer uma representação do Deus e enterrá-la.

Comidas e Bebidas
Pães, maçãs, romãs, nozes, abóbora, batata, pinhão, frutas silvestres, bolos de frutas, cidra, vinho quente, chá de ervas.



Samhain
Jack-o’-lantern



Sortilégios de SamhainDeus e sua Partida