A Roda girou uma
vez mais. O samhaim mais uma vez chegou
e os ritos foram feitos. A linha entre os mundos tornou-se tênue, e os
ancestrais adentraram em nosso mundo. As mudanças necessárias acontecem,
chegadas e partidas são necessárias para que aconteça o eterno ciclo da vida. A
morte não é o fim e sim o inicio de uma nova fase de um mesmo ciclo.
A Roda da Vida
gira e nós giramos com ela. Há três anos, em uma noite fria de 30 de Maio de
2009, o fogo sagrado foi aceso. Encontrávamos no pátio de uma casa da Zona Sul
de Porto Alegre. Éramos três e mais nosso mestre. Nesse dia demos o primeiro
dos primeiros passos da nossa caminhada. A noite iniciou-se com a leitura de
belo texto sobre uma lenda hindu. Jantamos, bebemos vinho, acompanhado por uma
descontraída conversa. Depois fomo para o fundo do pátio, ao lado da casa, no
qual já havíamos preparado o altar e a fogueira. Nosso mestre pega uma cadeira
e senta-se no meio. Nos sentamos a sua frente. Um por um se dirige ao mestre e
faz os juramentos e após recebe o seus instrumento da magia. Depois do rito
feito nos dirigimos à fogueira e celebramos essa noite mágica. Semanas depois
me retiro do grupo, e o grupo recebe uma nova pessoa. Fico meses fora do grupo,
mas não longe de meu mestre. No Ostará eu retorno.
A Roda Gira e nós
giramos com ela. Um ano após a noite fria na casa da zona sul, Samhaim mais uma
vez chega. Nos encontramos em um sitio, a poucos metros do centro de
Viamão. Faz um ano da fundação de nosso
grupo. Nosso mestre se encontra no local desde o inicio do dia. Chego
acompanhado de alguns irmãos e amigos. A noite cai, e nosso mestre é dirigido a
local onde ele pudesse ficar meditar e descansar um pouco. A noite é fria e
bebemos um quentão para nos aquecer. Os ritos são iniciados, os portais são abertos.
Meu mestre adentra no espaço sagrado, ele se encontra vendado. Ele faz o
juramento e passa pela prova dos Deuses. Mostra-se merecedor e vencedor uma vez
mais. No fim ele recebe sua espada, consagrada a sua deusa Corvo, símbolo de
seu mestrado na magia. Todos os saúdam, e festejamos a mais uma noite mágica.
A Roda gira mais
uma vez e nós giramos com ela. Eu me encontro na casa de meu mestre.
Conversamos sobre o período em que estamos passando. Período marcado por
problemas e desafios. Mas sabemos que os desafios são para nos fortalecer.
Sabemos qie mudanças mais uma vez se aproximam. Cabe a nós torna-las positiva
ou negativa. A noite é fria e enquanto conversamos bebemos um vinho. Passado
das 22 horas, eu me dirijo para casa, estou cansado mas tenho meu rito para
realizar. Tomo meu banho e vou para meu quarto. Arrumo meu altar e acendo meu
caldeirão. Faço os ritos e sortilégios necessários. Como um bolo acompanhado
por suco de uva. Já é de madrugada, o fogo sagrado é apagado e o ritual
encerrado. Dirijo-me para cama e durmo. Dias depois meu mestre anuncia a
fundação do nosso Coven.
A Roda do Ano mais
uma vez gira e nós giramos com ela. Passou-se três anos da fundação de nosso
primeiro grupo e um ano da fundação de nosso Coven. Muitas mudanças
aconteceram, muitos aprendizados tivemos, muitas vindas e idas sofremos. Meu
mestre já tem seu mestrado reconhecido;
fui iniciado tradicionalmente durante o festival de minha Deusa; meu
mestre tornou-se um dos mestres de uma tradição do qual nosso Coven faz parte;
e nós estamos nos encontramos nos mistérios para ingresso na mesma. A Noite
Fria mais uma vez chega, me encontro com meus irmãos e com os mestres da
Tradição no templo. É domingo, véspera de Samhaim. Iniciamos a noite falando
sobre nossos ancestrais e sobre os antigos. O Fogo Sagrado é mais uma vez
acesso. Dançamos, bebemos vinho e coemos com nossos ancestrais e com os antigos. Já é alto da noite quando o fogo
é apagado. Na noite do dia 30 me
encontro mais uma vez em meu quarto. Após um dia de trabalho e estudo estou
exausto, mas me apronto para mais uma vez fazer os ritos necessários. Arrumo
meu altar, com destaque para imagem de minha Deusa. Visto mesu trajes
ritualísticos. Abro os portais e
acendo meu caldeirão. O Sagrado se manifesta. Chamo pela presença da Deusa da
Tradição, da Rainha de meu Mestre e pela Senhora de meus Caminhos. Peço pela
proteção e orientação necessária. A chama espirala, a Mãe Serpente de Fogo
mostra-se presente. Celebro essa noite mágica. Festejo a lembrança dos antigos,
a presença dos ancestrais nesse mundo. Já é madrugada, já estou cansado. Os
Ritos foram feitos, a Noite foi celebrada. Apago o Fogo Sagrado e encerro o
ritual. Troco de roupa e vou dormir, me preparando para o Próximo ano e para a
próxima Roda. Que a Roda Gire e Nós Giremos com ela.
Palavras não são
suficientes para descrever as emoções que eu vivi nesses últimos anos. Desde a
criação da Irmandade Flor de Lótus até a postulado de Ingresso na Tradição
Imortais da Terra. Alegrias e aprendizados eu tive ao lado de meu Mestre Magnus
Analla Morgann, e de meus irmãos. Muito foram os que nos julgaram, mas poucos foram os que viveram a
magia que nós vivemos. Hoje ao Lado de Eryan Akhira na Irmandade Flor de Lótus
e de Daniel Juliano, Andréia Carvalho, Anderson Silva e Cristiane Febbe no
Coven Filhos do Fogo, e dos demais Mestres e membros da Irmortais da Terra mais
uma vez celebro a energia de Samhaim. Nossa história pode não ser perfeita, mas
é sagrada por que é nossa. Desejo que muitas rodas girem ainda, e que eu esteja
ao lado dos meus irmãos de Irmandade, Coven e Tradição para que todos nós
girarmos com elas.
Muito legal! \o/ Parabéns Darius!
ResponderExcluirMuito bom!
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